Os "Poréns" do Segundo Turno

domingo, 10 de outubro de 2010

Julie Melo Braga///
A tensão pré-eleitoral acabou, ou pelo menos, esfriou. Embora ainda venha o segundo turno pela frente, todo aquele processo político e sentimentos dos eleitores que o período eleitoral carrega parecem ter dado um break. Por outro lado, isso pode ser pior, já que agora é a hora do tudo-ou-nada, vai-se para o mata-mata. De um lado, José Serra (PSDB), com sua esperança e energia renovadas, depois de ter quase certeza de que não venceria outra vez. Do outro, Dilma Rousseff (PT), que levou um beliscãozinho para que pudesse acordar.
Pois é. A jornada eleitoral terá mais alguns dias. Para uns, o segundo turno é ainda mais cansativo. Já foi chato ter que votar uma vez, que dirá duas. Para outros, é uma nova chance para reverter a situação. O primeiro turno surpreendeu. Os petistas, que achavam que a eleição já estava ganha; os tucanos, que acreditavam não haver mais jeito; e os “verdes”, que não esperavam tantos votos. E esta última talvez tenha sido a maior surpresa. Bem diferente do que apontavam as pesquisas, Marina Silva (PV) abocanhou 20% dos votos. Com isso, levou Dilma para o segundo turno. Não com ela, mas com Serra. Sim, porque, se não pela força que Marina ganhou durante sua campanha, teria sido muito mais difícil para o tucano.
O momento final se aproxima, mas ainda falta saber: qual dos candidatos terá o apoio de Marina – se é que haverá apoio? Depois de reunião com seu partido, a ex-senadora declarou que somente após duas semanas decidirá quem apoiar. Ou divulgará tal decisão, afinal esta, provavelmente, já foi tomada. Um pouco de suspense ou até mesmo um pouco de charme, pois a disputa agora está muito mais acirrada por seu apoio do que pelo voto do eleitor. O PSDB cogita até a idéia de dá o cargo de vice-presidente a um político do PV. Cargo este que é, por enquanto, de Índio Costa (DEM). Os democratas não gostaram nada dessa possibilidade, claro.
Pouco antes do dia três de outubro, dia de eleição, a colunista de O Estado de São Paulo, Maria Rita Kehl, escreveu um artigo em defesa do Bolsa-Família, mais especificamente aos beneficiados pelo programa. Não deu outra. O assunto foi bem comentado e gerou até especulações de que ela seria demitida, já que O Estadão é, assumidamente, favorável a Serra. O tal artigo foi muito bem escrito e não podia ser mais oportuno. Propicia a reflexão até mesmo daqueles totalmente contrários ao programa. É como se um pisca-alerta fosse aceso. Por alguns instantes, porém.
A colunista não atentou para o fato de que o Bolsa-Família nada mais é que Bolsa-Escola, Bolsa-Alimentação, Auxílio-Gás e Cartão-Alimentação reunidos numa coisa só. Não atentou ainda para o autor de todos esses programas, Fernando Henrique Cardoso. E Lula ainda se enche de orgulho ao dizer que é criação sua. O que o povo – ou a maioria dele – não sabe, mas Lula sabe muito bem, é que seu governo está colhendo os frutos plantados durante governo FHC. Se algum governo modificou a consciência política da população pobre – como diz a colunista em seu artigo –, esse governo foi o do PSDB. Não me coloco, aqui, em nenhum dos lados, pois sou contra assistencialismo, por melhor que ele possa parecer. E isso, os dois governos em questão fizeram. Sou a favor mesmo é daquela velha história: “não dê o peixe, ensine a pescar”.
É justamente o tão famoso programa assistencialista que leva tantos votos à Dilma. A petista estufa o peito para dizer que vai dar continuidade ao programa “de Lula”. Serra, que não é burro nem santo, diz que vai continuá-lo e melhorá-lo. Ele sabe que nada adiantaria, se contasse a verdade – embora fosse uma boa tentativa ganhar no segundo turno. Por isso, a ajuda de Marina é tão importante. Serra não tem um “Bolsa-Família” para chamar de seu. E mais do que programas assistencialistas, pode ser o apoio de Marina Silva que decidirá o novo presidente da República.
Fonte das imagens: Google.

2 comentários:

Rita Ferreira disse...

Cara blogueira é claro que o programa Bolsa Familia é importante para atender as pessoas mais pobres deste país onde seus direitos sociais foram negados há vários anos e que muitas destas famílias já perderam as condições de acesso ao mercado de trabalho pela faixa etária elevada, falta de escolarização,etc. são dívidas que o país tem com essas famílias e tem por obrigação recompensa-las. Mas concordo que o programa tem que vir acompanhado de critérios como ensinar a pescar e não simplesmente dá o peixe.

Júnior & Julie disse...

Concordo também com você, Rita. Não digo que a famílias pobres não devem ser ajudadas. Mas o que critico, principalmente, é o fato de o atual presidente se dizer autor do programa em questão, quando, na verdade, é uma junção de programas criados pelo governo anterior. Acredito que programas como esse deveriam não só ajudar a elevação de renda das famílias, mas também dar suporte social. Obrigada por enriquecer nosso blog com seu comentário!

Julie

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