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Educação, saúde, segurança: a conta sai cara e quem paga é você


Por Julie Melo Braga

“O Gigante acordou” e “Vem pra rua” são as hashtags que tomaram as mídias sociais nos últimos dias. A manifestação que deu início a, eu espero, uma nova era no Brasil aconteceu em São Paulo, no dia 06/06, contra o aumento de vinte centavos na passagem do transporte público. A partir daí, como num movimento de “olla”, uma série de manifestações começou a ocorrer em vários cantos do país. Protestos contra o aumento da passagem em suas cidades também, contra as péssimas condições do transporte coletivo; protestos contra a corrupção, contra a falta de investimentos na educação, na saúde e na segurança pública; protestos contra os gastos bilionários para a realização da Copa do Mundo da FIFA, dada a situação do Brasil; protestos em solidariedade àquele primeiro.
O momento de luta não podia ser melhor: Copa das Confederações e véspera de Copa do Mundo da FIFA. Infelizmente, isso já está acontecendo e não será modificado. No entanto, não é por causa disso que iremos nos conformar (mais uma vez) e achar que não podemos mudar a situação do país. Eu gosto de futebol, sem fanatismo, mas gosto. O que eu não gosto, ou melhor, o que eu odeio é o fato do Brasil ser reconhecido apenas por isso, o fato de só se dar importância a isso.
Aracaju, onde o aumento da passagem de ônibus também foi de vinte centavos, vai, na próxima quinta-feira, 20, não só se solidarizar às manifestações como também vai dar seu grito de basta. Não! R$2,45 é muito! Não vale o transporte sucateado, que demora para chegar, que não atende a demanda... E podemos dizer não a muitas outras coisas também, como por exemplo à reforma do Estádio Lourival Batista, o Batistão, orçada em mais de 16 milhões, para treinos de outras seleções, enquanto tantos setores da sociedade estão jogados às baratas. É por isso que eu resolvi ressuscitar esse meu blog. Estou indignada, inconformada! E mais do que isso, resolvi sair da minha zona de conforto e participar do 1º Ato Acorda, Aracaju, Acorda, Brasil. Estou cansada de assistir aos telejornais e ver tanta injustiça e absurdo. Estou cansada de sentir que não há nada que eu possa fazer. Eu posso, você pode, todos nós podemos. Ninguém é apenas mais um ou menos um.
Nunca participei de um protesto, nadinha, de nenhum cunho. Oportunidade, tive, sim. Durante os quatro anos de faculdade, o que não faltou foi chance de lutar por direitos, por justiça. Mas não fui. Em parte, por achar que não faria diferença, em parte por não me identificar com a causa, em parte por comodismo mesmo. É difícil ir às ruas para gritar, desafiar, cobrar. Mas é vergonhoso cruzar os braços diante do roubo descarado do dinheiro público. Portanto, vou dar minha cara e minha voz a essa luta que também é minha, é de todos, até daqueles que acham não ter nada a ver com o assunto. Veja bem: você pode até não andar de ônibus, mas, se já foi assaltado ou conhece quem tenha sido, essa luta é sua também. Você pode até não precisar do SUS, mas, se você reclama do trânsito na cidade, essa luta é sua também. Você pode até estudar ou ter estudado em escola particular – eu estudei –, mas, se você paga impostos, essa luta é sua também.
Chega! Chega de conivência, de fechar de olhos. A roubalheira dos políticos e dos que têm poder nesse país atinge a todos. Não vamos deixar que o que tem levado milhares de pessoas às ruas seja apenas uma fase, uma modinha, uma efemeridade. Embora sejam apenas a ponta do iceberg, os vinte centavos em São Paulo já seriam suficientes para gerar a manifestação. Afinal, são vinte centavos a mais por dia, mais de uma vez por dia – porque quem vai volta. A conta do fim do mês e do fim do ano deve ser feita antes que digam por aí que vinte centavos não são nada e que estão brigando por “vinténs”. Eu gostaria de perguntar qual a origem de tanto ódio, a nada comparado, dos “nossos” políticos. Por que nos roubam tanto? Por que nada fazem em prol da população? Por que, se somos tão obedientes, tão bonzinhos, tão bestas... Talvez, Arnaldo Jabor, a quem tanto dei minha admiração e meu respeito, pudesse responder a essas dúvidas. Olhe, não foram somente vinte centavos que acordaram o gigante. Causas para lutar não nos faltam!


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Layouts e interatividade


Por Julie Melo Braga

Os jornais online estudados desta semana são The Sydney Morning Herald (Austrália), The China Daily (China), The New York Time (EUA), The Times of India (Índia), The Irish Times (Irlanda), The Guardian (Reino Unido). Eles são, esteticamente, bem parecidos. O layout de todos eles é feito, predominantemente, na cor branca. Essa característica torna o visual mais clean. O The Sydney Morning Herald, por exemplo, tem sua página inicial dividida em três colunas. Isso somado à característica anterior facilita a leitura e deixa a navegação mais agradável.

Outra característica comum a eles é a divisão em editorias. O The New York Time e o The Times of India, porém, iniciam suas páginas com as notícias misturadas, sem a classificação da editoria. O jornal americano, além de publicar grande quantidade de notícias na página inicial, possui a fonte muito pequena, dando espaço para mais conteúdo. Já o jornal indiano não publica fotos ou qualquer outro tipo de imagem na maioria de suas matérias. Desse ponto de vista, ambos deixam sua leitura cansativa e pouco atrativa. O The China Daily, assim como o indiano, não coloca imagens em grande parte das matérias. Por isso e pelo excesso de conteúdo na página principal, seu visual é grosseiro.

O The Guardian também possui muitas matérias na primeira página, mas, ao contrário dos outros, elas são separadas por linhas, o que facilita a visualização e deixa o jornal organizado. Mas, sem dúvida, de todos, o que possui um visual mais limpo e atrativo é o The Irish Times, não só pelas cores claras, mas também pela organização das notícias. Há sempre uma imagem em cada matéria na página inicial, o que ajuda a visualizá-las melhor. Por essa razão, o jornal irlandês foi o que eu mais gostei. Com certeza, acesarei mais vezes este online.

Todos esse jornais possuem pouca ou quase nenhuma publicidade. Este é um aspecto positivo, pois não deixa o visual da página carregado e também não incomoda os leitores. Já com relação à interatividade com o leitor, o que predomina é a possibilidade de compartilhar o conteúdo nas redes sociais. The Sydney Morning Herald, The Times of India e The Guardian ainda permitem que os leitores comentem as matérias. Ainda nesse quesito, o única que se diferencia dos demais é o The Times of India. A novidade é que o jornal faz uma enquete para saber a opinião dos internautas.





É impressionante como esses jornais ainda não disponibilizaram recursos diferentes de interação com o leitor. Apesar dos avanços tecnológicos e das diversas possibilidades que o jornalismo digital proporciona, esses jornais continuam oferecendo as mesmices da maioria. Vale ressaltar ainda que esse jornais online foram considerados apenas nos aspectos de layout e de interatividade. Há vários outros aspectos, com certeza, que o fazem ganhar em qualidade ou não.





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Ferramentas de Interatividade com o leitor


Clarin (Argentina):

Permite compartilhar as notícias nas redes sociais. O comentários feitos no Facebook ficam na página da notícia.


El Mercurio (Chile):

Além de compartilhar as notícias nas redes sociais, o leitor pode deixar, na própria página da notícia, um comentário, que será publicado diretamente no facebook. No final da página, ainda um box com os melhores comentários feitos sobre notícias da editoria.


El Mundo (Espanha):

O leitor pode deixar comentários na notícia. Seu comentário pode ainda ser respondido e receber o “voto” de positivo ou negativo. Também há a opção de compartilhamento nas redes sociais.


El Universo Gráfico (México):

Aqui, o leitor também deixa um comentário que vai direto para o facebook. Em fotogalerias, é possível enviar o conteúdo por e-mail. Assim como as notícias, os vídeos podem ser compartilhados nas redes sociais.

El Comercio (Peru):

É permitido comentar as notícias e responder a esses comentários. O leitor pode também “curtir” ou não os comentários. Compartilhas nas redes sociais também é permitido.
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Tradição no jornalismo impresso, El País conquista o mundo digital


Por Julie Melo Braga


            Para quem procura convergência nos jornais on-line, uma boa dica é o El País. O maior jornal impresso da Espanha já mostrou que sabe atuar também no mundo digital. A convergência entre arte e comunicação, identificadas nos recursos audiovisuais, é presença constante nesse jornal on-line.
            Comum em outros jornais, a hipertextualidade no El País possibilita que o leitor, se quiser, aprofunde sua leitura, através do ‘Noticias Relacionadas’, não só do próprio jornal, como também de outros meios de comunicação. O El País vai além da hipertextualidade verbal, publicando fotos, vídeos, gráficos, recursos de áudio, tabelas etc. É possível identificar também outros componentes da convergência, como interatividade, atualidade, instantaneidade, personalização, memória e multimidialidade.
            Para cumprir a atualidade e a instantaneidade, há um box com as notícias de ‘Última Hora’. El País inovou publicando charges, comum nos jornais impressos. Pensando em atrair cada vez mais leitores, e não somente através das notícias,  o El País disponibiliza em seu site links para jogos, calendário, previsões do tempo, horóscopos e gráficos de cotação da bolsa de valores.
            A interatividade no El País e no jornalismo on-line de modo geral dinamiza não só os leitores, mas também os próprios jornalistas. Como afirma Anabela Gradim (2002, apud VIANA, 2009, p.14), a interatividade e relacionamento com o público permitem uma maior apuração das informações.
            A presença de fotos, vídeos, animações, sons, gráficos, entre outros, é extremamente marcante no jornal. É possível aqui também o compartilhamento das notícias, por meio das redes sociais ou de e-mail. O jornal, que há 30 anos circula na versão impressa, conquistou também o ambiente virtual e mostra que não é um mero repetidor de conteúdo. 
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O jornalismo on-line do Correio da Manhã


Por Julie Melo Braga

O jornal Correio da Manhã é o de maior tiragem e o mais lido em Portugal. Sua versão on-line não fica para trás. Sua dinamicidade demonstra que o Correio da Manhã está antenado e atende aos pré-requisitos do jornalismo on-line atual.
De início, tem-se a hipertextualidade. Na página de cada notícia, há links para outras notícias da mesma editoria, com o intuito de  chamar a atenção dos leitores para assuntos da mesma área. Seguindo essa linha, ao final de cada notícia, há tags com as principais palavras da matéria que levam a outras notícias com a mesma palavra.
            A multimidialidade fica por conta dos vídeos, fotogaleria, infográficos e mapas. No quesito interação, o leitor não tem do que reclamar. As notícias podem ser compartilhadas no facebook e no twitter ou ainda enviadas por email. É possível ainda deixar um comentário ou mesmo corrigir a notícia. Isso mesmo! Encontrou algum erro na matéria? Na opção Corrigir, insira seu nome, email e comentário com a correção que deseja fazer. Gostou da notícia? Sim ou não? Você pode deixar sua opinião.
            Com uma simples análise, é possível perceber que o Correio da Manhã cumpre as principais características do jornalismo on-line: hipertextualidade, multimidialidade e interatividade. Dentre as quais, destaco esta última, que, de fato, chama a atenção pela quantidade de recursos oferecidos aos leitores.

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Sobre as agências de notícias

Por Julie Melo Braga


No mundo contemporâneo, a rapidez com que as informações são fornecidas e trocadas e a agilidade que conduz o jornalismo atual não são mais novidade para ninguém. Muitas vezes, para que cumpram os horários de fechamento ou mesmo por indisponibilidade de equipe ou recursos, os veículos de comunicação fazem uso das agências de notícias. Elas são empresas que fornecem informações jornalísticas aos mais diversos meios de comunicação: jornais, televisão, rádio, web etc. Em outras palavras, um agência de notícias pode ser considerada um mercado de informações, em níveis local, nacional e mundial.
Reuters (Inglaterra), EFE (Espanha) e Agence France-Presse (França) são grandes agências de notícias, disseminadoras de informações para todo o mundo. Um bom exemplo nacional é a Agência Estado, do Grupo Estado de São Paulo. A agência produz conteúdo não só para os veículos pertencentes ao mesmo grupo, mas também a outros veículos de comunicação. Com ênfase na geração de conteúdos, a Agência Estado opera ainda no desenvolvimento de plataformas alternativas de disseminação e disponibilização daquilo que produz. Sem dúvida, aumenta a facilidade de acesso e, portanto, a divulgação do conteúdo que gera.
Vale lembrar ainda que as agências vendem suas notícias para os meios de comunicação. Uma exceção é a Agência Brasil, que é pública, logo, fornece gratuitamente seus conteúdos jornalísticos. O acesso é livre também para qualquer leitor interessado em se informar.
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Entrevista: Suyene Correia

Por Julie Melo Braga


A profissão de jornalista é dinâmica. O fazer jornalístico requer jogo de cintura dos jornalistas para lidar com o que der e vier. É um profissional que deve estar, no mínimo, familiarizado com diversos saberes e preparado para aprender e incorporar novas técnicas durante toda a carreira. É assim que Suyene Correia, do Jornal da Cidade, vem pautando a sua ao longo dos últimos 11 anos. Para conhecer sua opinião sobre o momento atual do jornalismo, confira a entrevista a seguir.
Suyene Correia (fonte: Google)

SimTemosPressa - Quais os pré-requisitos para ser um jornalista hoje?

Suyene Correia - Hoje e sempre, para ser jornalista, é preciso três coisas bem básicas: estar antenado com o que acontece na sua localidade e no mundo;  saber se comunicar com o público através de uma escrita direta, criativa e aprofundada sobre o assunto, no caso da imprensa escrita, onde atuo, e nunca esquecer o compromisso com a ética.

STP
- Fale um pouco sobre os meios em que você atua e já atuou.

SC - Há 11 anos atuo no Jornalismo Cultural, escrevendo para o Caderno de Variedades no Jornal da Cidade. Meu foco é mais o cinema e como válvula de escape para outras elocubrações, resolvi criar o blog  Bangalô Cult , há quase seis anos. Também já comandei um programa de rádio na Aperipê FM, o Claquete, durante um ano, e colaborei para a revista Ícone e para o Portal Infonet, dando dicas de DVDs.

STP - Você utiliza a internet a favor da sua profissão? Como?

SC - Sim, utilizo muito a internet. É um banco de dados fantástico, serve como referência para me ajudar em matérias mais complexas e que demanda pesquisa. Claro que procuro fontes confiáveis, para não publicar falsos dados. Também o facebook, atualmente, tem sido um meio de divulgação de eventos na cidade e me ajuda muito a compor a agenda cultural veiculada semanalmente no JC.

STP - Que ferramentas online você utiliza?

SC - Não tenho twitter. Só facebook. Navego muito no youtube, também, garimpando novos sons.

STP - Na sua opinião, os jornais impressos sucumbirão aos jornais online?

SC - Essa história do impresso sucumbir ao jornal on line, acho que está longe de acontecer. Pelo menos para publicações como o Zero Hora (RS), O Estado de São Paulo (SP), O Globo (RJ). Isso porque essas empresas têm excelentes profissionais, que fazem com que o leitor faça questão de comprar o jornal para guardar aquela página bem diagramada, a ótima cobertura que um crítico fez do Festival de Cannes ou do Lollapalooza, uma crônica bem escrita de um ícone da literatura como Veríssimo ou Ignácio de Loyola. Já outras empresas, que não estão investindo numa nova concepção jornalística - e isso daria horas de conversas e dezenas de laudas, se fosse para eu me aprofundar -, realmente correm o risco de acabar, bem mais cedo do que imaginam. Há uma necessidade de se rever o modelo ultrapassado e capenga que perdura há anos, em certos diários.

STP - O que você acha que poderia ser feito para que, no futuro, jornais impressos e online pudessem conviver em harmonia?

SC - Investimento em ambos os meios. O que acontece muito hoje é um descompasso nesse sentido. As empresas estão investindo mais no on line, que no impresso. É preciso que haja um equilíbrio para que os dois consigam andar bem, sem um engolir o outro. 
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Considerações sobre o Jornalismo Online


Por Julie Melo Braga

O ano é 2013 e estamos na Era Digital. E o jornalismo, como anda nessa história? Bom, o jornalismo digital ou online (eu, particularmente, prefiro esta segunda adjetivação) tem uma história recente ainda, mas que caminha a passos largos, pois o tempo não espera (com o perdão dos trocadilhos). A internet, então, popularizou-se e tornou-se um meio bastante viável para se publicar notícias.
Silva Jr. (2001) dividiu o jornalismo online em dois: o transpositivo e o hipermidiático. O primeiro se resume à transcrição do jornal impresso para a web. O segundo já se volta mais para as possibilidades de utilização de recursos digitais e a produção de conteúdo específico para a plataforma online. Já John Pavlick, da Universidade de Columbia, dividiu o jornalismo online em mais uma parte, em que o jornal é produzido exclusivamente para a internet. Ele chamou essas três categorias de primeira, segunda e terceira gerações.
O rápido desenvolvimento tecnológico e o surgimento de novas linguagens na internet acabam desencadeando também o aparecimento de jornais da “terceira geração”. Hoje, mais que a hipertextualidade, podemos encontrar a hipermodalidade nos jornais online, isto é, a possibilidade de reunir texto escrito e falado, sons, música, vídeo, animação, fotografia, imagens e gráficos, dando ao leitor diversas opções e modos de leitura. É o caso dos jornais O Globo (RJ), Estadão (SP) e Jornal da Imprensa (GO), só para citar alguns exemplos.
Se, por um lado, alguns jornais buscam se desenvolver na web e até superar suas versões impressas, o que é permitido pelo avanço tecnológico, por outro, outros jornais parecem não estar muito interessados nessa modalidade de jornalismo. O Jornal do Brasil (RJ) é um ótimo exemplo de conteúdo produzido exclusivamente para a web, já que o impresso saiu de circulação em 2010. Porém, ainda há aqueles que vivem na “primeira geração”, com a mera transcrição do conteúdo impresso. É o que fazem os jornais sergipanos Correio de Sergipe e Jornal da Cidade.
Boatos dão conta de que os jornais, um dia, cobrarão pelo acesso ao seu conteúdo online. Isso quando tirarem seus exemplares impressos de circulação. Mas, enquanto o acesso é grátis, os jornais online que se cuidem, pois precisam se atualizar a cada dia, não apenas nas notícias, mas também – e principalmente – nos recursos de exibição e interação com o leitor.
Lembrando ainda que a composição de um jornal online depende não só de jornalistas e textos, mas também de designers gráficos e outros profissionais responsáveis pela sua arte. Mas isso é assunto para outra conversa...


*Fonte das imagens: Google
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A negligência que causa choque


Por Julie Melo Braga

Choque! Essa é a palavra que descreve, literalmente, a situação vivida por meus tios, Haroldo e Adriana, na noite passada. Neste 1º de janeiro de 2013, os dois, que estão de férias em Aracaju, foram à lanchonete Franques Lanches (rua 15, conj. Santa Lúcia), na companhia de seus três filhos. Ao terminaram o lanche, meu tio foi ao caixa fazer o pagamento, enquanto a esposa e as crianças esperavam na mesa. Brincando, o caçula Marcos, de cinco anos, segurou em dois postes de ferro que sustentavam o toldo do estabelecimento. Nesse momento, ele gritou. Minha tia olhou assustada, pois percebeu que era um grito de dor. Porém, não sabia como agir, afinal o menino estava apenas com uma mão em cada poste de ferro. Paulo, o filho mais velho, também notou que não era brincadeira e segurou, então, com uma das mãos, o braço do pequeno. Foi quando a família percebeu o que estava acontecendo. Paulo foi jogado para trás pela força da corrente elétrica que era emitida daqueles postes para o seu irmão. Felizmente, a força foi tamanha que fez com que Paulo conseguisse soltar as mãos do pequeno Marcos dali. Seus braços já ficavam vermelhos da queimadura. Os dois levaram um choque e tanto!

Depois do choque elétrico, veio o choque emocional. O descaso dos funcionários e dos outros clientes daquele lugar foi de cair o queixo. Quando avisados do ocorrido, os garçons agiram como se aquilo não fosse um grande problema. Nem sequer comunicaram o fato ao dono da lanchonete, que estava ausente no momento. O menino Marcos voltou para casa aos prantos, no colo da mãe, que, abalada, também chorava. Após se acalmarem, o pai retornou à lanchonete para tentar resolver a situação. “Falei novamente com os funcionários. Perguntei se eles não iriam isolar aqueles postes que ofereciam riscos. A resposta deles foi simplesmente não”, contou indignado. Para completar, na mesma mesa próxima aos postes, já havia um casal também com uma criança. Meu tio foi até eles para alertá-los, já que os funcionários não foram capazes nem de fazer isso.

Conclusão da história: o tremendo susto de meus tios e primos foi completamente ignorado por todas as pessoas que estavam ali. Ninguém se abalou ou se comoveu com aquilo. Nenhuma palavra de solidariedade ou de afeto foi proferida no momento de angústia. Nenhuma explicação foi dada. Nem mesmo a água foi oferecida pelos garçons. Ela teve que ser paga. Não que não se possa pagar pela água. Mas o simples fato de tê-la oferecido era um gesto necessário naquela circunstância. Uma criança poderia ter morrido naquela hora. Sim, ela poderia ter morrido! Não foi um simples choque. De acordo com Renato Melo, eletricista aposentado da Petrobrás e também meu tio, ao tocar um poste com uma mão e o outro com a outra, Marcos serviu de fio terra. A corrente elétrica foi tão intensa que a criança não conseguiu se desgrudar dos postes e, ao atravessar seu corpo, poderia tê-lo matado, se passasse pelo coração.  O que aconteceu não poderia ter sido negligenciado dessa forma.

É por isso que meu tio Haroldo vai processar o estabelecimento. Sabemos que os funcionários podem não ter autonomia para resolver os problemas da lanchonete. Talvez nem soubessem que os postes estavam dando choque. Mas, pelo desprezo e falta de providência, o caso teve que ser levado à Justiça. “Fiquei chocada tanto com a imprevidência dos garçons quanto com a falta de solidariedade e humanidade das pessoas. Eu quase perdi meu filho”, desabafou minha tia Adriana. Conto aqui esse episódio não só para denunciar a lanchonete e alertar as pessoas que possam frequentá-la, mas, principalmente, para mostrar como pode ser cruel o individualismo dos seres humanos. O choque de Marcos passou, graças a Deus. Mas o choque da família permanecerá.

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